foto: Reprodução – TV Globo
Entre os dias 30 de janeiro e 2 de fevereiro de 2025, o Rio de Janeiro registrou 827 roubos de veículos, uma média alarmante de 206 ocorrências diárias. Esse aumento tem impactado diretamente os motoristas, que enfrentam dificuldades para contratar seguros automotivos, com valores exorbitantes e recusas frequentes por parte das seguradoras.
O geógrafo Hugo Costa, por exemplo, sofreu um assalto em Bonsucesso, na Zona Norte do Rio. Após o ocorrido, conseguiu o ressarcimento, mas esbarrou em barreiras para contratar um novo seguro. “Muitos modelos são recusados pelas seguradoras nesta região devido ao alto risco. Quando tentei adquirir um veículo semelhante, não consegui seguro ou recebi propostas com preços inviáveis”, relata. Para evitar custos abusivos, Hugo optou por um carro diferente, com seguro mais acessível.
A situação se repete na Baixada Fluminense, onde moradores encontram dificuldades para contratar apólices. Paulo Oliveira, residente em Duque de Caxias, destaca a disparidade nos valores. “Aqui, estão cobrando 15% do valor do carro, enquanto em outras regiões do Rio esse percentual é de 7%. Muitas vezes, precisamos recorrer a seguradoras de cooperativa, mas, dependendo do CEP, elas nem aceitam fechar contrato”, explica.
Regiões mais afetadas pelos roubos

Criminosos em moto abordam família no Méier, na Zona Norte do Rio — Foto: Reprodução
Segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), a Zona Norte lidera os índices de roubos de veículos no estado. A 27ª DP (Vicente de Carvalho) registrou 1.448 ocorrências em 2024, seguida pela 39ª DP (Pavuna), com 1.170 casos, e pela 21ª DP (Bonsucesso), que contabilizou 1.149 roubos.
Na Zona Sul, os números são menores. A 9ª DP (Catete) teve 241 registros, enquanto a 10ª DP (Botafogo) somou 160 ocorrências.
Na Baixada Fluminense, Belford Roxo lidera o ranking com 1.881 roubos investigados pela 54ª DP. Em Duque de Caxias, a 59ª DP apurou 1.770 ocorrências, e a 60ª DP (Campos Elísios) registrou 1.591 crimes do tipo.
Por que os seguros estão mais caros?
A vice-presidente da comissão de auto da Federação Nacional de Seguros Gerais, Keila Farias, explica que o preço dos seguros depende de diversos fatores. “O custo da apólice é calculado com base no perfil do condutor, no modelo do veículo e, principalmente, no CEP de circulação”, destaca.
Ela reforça que a alta nos roubos no Rio de Janeiro afeta diretamente as condições de aceitação e os valores praticados pelas seguradoras. “Regiões com índices elevados de furtos e colisões acabam encarecendo as apólices. As seguradoras fazem análises constantes e ajustam os preços conforme a criminalidade aumenta”, completa.
Panorama e desafios
Diante do crescimento dos roubos e da dificuldade para contratar seguros, muitos motoristas estão optando por medidas alternativas, como instalação de rastreadores e adoção de planos de cooperativas, que nem sempre oferecem cobertura total. O cenário preocupa especialistas e exige estratégias de segurança mais eficazes para conter a criminalidade.
fonte: g1.globo.com/abcdoabc.com.br