Palestinos passam pelos escombros de edifícios destruídos, em meio ao cessar-fogo entre Israel e o Hamas, na Cidade de Gaza, em 6 de fevereiro de 2025. — Foto: REUTERS/Dawoud Abu Alkas/Foto de arquivo
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou nesta terça-feira (11) que o cessar-fogo na Faixa de Gaza será encerrado caso o Hamas não liberte os reféns até o meio-dia de sábado (15), no horário local. O líder israelense afirmou que as Forças de Defesa de Israel (IDF) já estão posicionadas e prontas para retomar os combates.
“Se o Hamas não libertar nossos reféns até o meio-dia de sábado, o cessar-fogo terminará e as IDF retomarão os intensos combates até a derrota final do Hamas”, declarou Netanyahu. A declaração reforça a postura rígida de Israel na negociação e aumenta a tensão na região.
Hamas responde e acusa Israel de descumprimento
Após as ameaças israelenses, o Hamas reiterou seu compromisso com o cessar-fogo, mas responsabilizou Israel por atrasos na libertação dos reféns. O grupo palestino acusou o governo israelense de dificultar a entrada de ajuda humanitária, impedir o retorno de deslocados ao norte de Gaza e realizar ataques aéreos mesmo durante a trégua.
Na segunda-feira (10), o Hamas já havia suspendido a libertação de reféns, alegando violações do acordo. O grupo afirmou que só retomará as liberações se Israel cumprir integralmente os termos estabelecidos no pacto mediado por Catar, Estados Unidos e Egito.
Trump pressiona por retomada da ofensiva
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, apoiou Netanyahu e sugeriu que Israel ignore o cessar-fogo caso o Hamas não cumpra o prazo. “Deixe o inferno acontecer”, declarou Trump enquanto assinava ordens executivas na Casa Branca.
As declarações inflamaram ainda mais o cenário diplomático, aumentando a preocupação de mediadores internacionais. O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu a libertação imediata dos reféns e alertou sobre os riscos da retomada das hostilidades em Gaza.
Crise no acordo e risco de escalada
O cessar-fogo, em vigor desde 19 de janeiro, previa a libertação de 33 reféns pelo Hamas em troca da retirada gradual de tropas israelenses e da soltura de prisioneiros palestinos. Até agora, 16 reféns foram entregues, mas Israel alega que o atraso na entrega dos demais representa uma violação do acordo.
Com as tensões aumentando, mediadores do conflito temem que o pacto possa ruir, levando a uma nova escalada da violência na região. A ONU e organizações humanitárias alertam para o risco de uma catástrofe humanitária, com milhares de palestinos já deslocados e sofrendo com a falta de alimentos e medicamentos.
Fonte:
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