Foto: JOSH EDELSON / AFP
O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou no último domingo (27) a reabertura e modernização da prisão de Alcatraz, localizada em uma ilha na baía de San Francisco, Califórnia. Fechada desde 1963 e atualmente funcionando como atração turística, Alcatraz foi, por décadas, símbolo de severidade no sistema penal americano e chegou a abrigar criminosos notórios como o mafioso Al Capone.
Segundo publicação feita por Trump na rede Truth Social, a prisão será ampliada e preparada para receber “os criminosos mais cruéis e violentos dos Estados Unidos”. O republicano declarou que o país precisa voltar a tratar a criminalidade com firmeza, como “nos tempos em que éramos uma nação mais séria”.
“Não toleraremos mais criminosos em série que espalham sujeira, derramamento de sangue e caos em nossas ruas”, escreveu Trump.
A proposta de reconstruir a famosa penitenciária, também conhecida como “The Rock”, foi criticada por líderes democratas. A ex-presidente da Câmara, Nancy Pelosi, cujo distrito inclui Alcatraz, classificou a iniciativa como “não séria”. Já o senador estadual Scott Wiener afirmou que a ideia é “profundamente desequilibrada”.
Fechada oficialmente em 1963 devido ao alto custo de manutenção — três vezes maior que o de outras prisões federais —, Alcatraz funcionou como presídio federal entre 1934 e 1963. A logística para transportar alimentos, água potável e combustíveis até a ilha sempre foi considerada um desafio orçamentário. Especialistas estimam que a reativação do local custaria entre 17 e 28 milhões de reais apenas em obras de restauração.
Apesar da sua desativação, o presídio permaneceu no imaginário popular por conta das tentativas de fuga — especialmente a de 1962, que inspirou o filme “Fuga de Alcatraz”, estrelado por Clint Eastwood — e pela fama de rigidez extrema. Al Capone, George “Machine Gun” Kelly e Rafael Cancel Miranda estão entre os nomes mais conhecidos que cumpriram pena na ilha.
Atualmente, o sistema prisional federal americano opera com cerca de 25% de capacidade ociosa, o que levanta questionamentos sobre a real necessidade de reabrir Alcatraz. Segundo o professor Gabriel Jack Chin, da Faculdade de Direito da Universidade da Califórnia, “não está claro se há necessidade de uma nova prisão”.
Além disso, Trump enfrenta críticas por ter deportado mais de 200 imigrantes venezuelanos e salvadorenhos para uma prisão em El Salvador, sob acusações de ligação com gangues, usando a Lei de Inimigos Estrangeiros — legislação normalmente aplicada apenas em tempos de guerra.
Fontes:
g1.globo.com
cartacapital.com.br