Foto: Reprodução/TV Globo
Os roubos de carros elétricos aumentaram significativamente no Rio de Janeiro, segundo dados do Sindicato das Seguradoras do RJ e ES. A alta, que chega a aproximadamente 30%, revela uma mudança no comportamento das quadrilhas e pressiona autoridades a revisar estratégias de prevenção.
O crescimento ocorre apesar do avanço da frota elétrica, que oferece maior economia e exige menos manutenção, fatores que, paradoxalmente, tornam os veículos mais atraentes para o crime organizado.
Facilidade de recarga favorece quadrilhas
Especialistas explicam que a autonomia dos elétricos e a possibilidade de carregamento dentro das comunidades reduziram riscos operacionais para criminosos.
Além disso, a ausência de postos de gasolina elimina deslocamentos que normalmente expõem veículos roubados a abordagens policiais.
Segundo Bernardo Câmara, vice-presidente do sindicato, a tendência é clara:
“Pela facilidade de manutenção desses veículos dentro das comunidades e pela comodidade do carregamento, o criminoso não precisa deixar a área para abastecer.”
Moradores relatam aumento de casos em diferentes regiões
Proprietários confirmam que os crimes cresceram rapidamente. Um homem assaltado na Abolição relatou que participa de um grupo de motoristas afetados:
“Só aqui na região, uns três já tiveram o carro levado. O aumento está nítido.”
O Rio de Janeiro concentra cerca de 108 mil veículos elétricos, o equivalente a 9% da frota nacional, estimada em 1,2 milhão de unidades.
Dados revelam escalada geral nos roubos
O estado registrou, ao longo de 2024, mais de 48 mil roubos e furtos de veículos, um aumento de 24% em relação ao ano anterior.
Para os elétricos, o cenário é ainda mais crítico: os casos cresceram 30% e chegaram a 675 ocorrências em 2025, ultrapassando os números de 2023.
Na semana passada, imagens do Globocop flagraram um carro elétrico usado como barricada na Cidade Alta, ilustrando como os criminosos têm adaptado o uso dos veículos às dinâmicas do tráfico.