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Grupo exigia pagamentos para emissão de laudos médicos que garantiam prisão domiciliar

Foto: Reprodução

A Justiça determinou o afastamento do subsecretário de Tratamento Penitenciário do Rio de Janeiro, Lúcio Flávio Correia Alves, sob suspeita de participação em um esquema de extorsão de detentos. A investigação aponta que presos eram coagidos a pagar valores que chegavam a R$ 600 mil para obter laudos médicos que garantiam prisão domiciliar.

Além do subsecretário, outros três inspetores da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap-RJ) também foram afastados: Thiago Franco Lopes, Aleksandro dos Santos Rosa e Márcio Santos Ferreira. O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos investigados.

Esquema de propina dentro do sistema penitenciário

A denúncia partiu do detento Cleiton Oliveira Meneguit, que revelou ter sido pressionado a pagar propina para obter um laudo médico e conquistar a prisão domiciliar. Em cartas enviadas à Justiça, ele descreveu o esquema e afirmou estar sendo coagido constantemente. Cleiton, que realizou uma cirurgia bariátrica, precisava da medida para recuperação em casa durante quatro meses.

Ele afirmou que agentes penitenciários o retiraram da cela pelo menos duas vezes para exigir o pagamento de R$ 600 mil em troca do laudo. A investigação confirmou que funcionários da unidade receberam quantias suspeitas.

Corrupção envolvia advogados e profissionais da saúde

Além dos agentes penitenciários, o esquema contava com a participação de um médico, um enfermeiro, um nutricionista e advogados. O relatório da Corregedoria da Seap indica que a organização criminosa agia dentro da prisão e possuía ramificações externas.

Em um dos episódios investigados, advogados ligados ao grupo visitaram a residência de Cleiton sem aviso prévio, tentando intimidar sua companheira. As câmeras de segurança registraram a ação, que ocorreu dias antes da visita deles ao presídio de Bangu. O encontro com o preso levantou suspeitas porque os advogados não o representavam oficialmente.

Visitas suspeitas e documentos adulterados

As imagens mostram que, durante a visita ao presídio, os advogados conversaram com o detento e, posteriormente, com o subdiretor Aleksandro dos Santos Rosa, que segurava um papel suspeito. A Seap investiga se o documento seria o laudo médico oferecido em troca de propina.

No dia anterior à visita ao presídio, os advogados passaram 45 minutos no andar onde fica o gabinete do diretor da unidade. A Justiça considera essa movimentação parte das provas do esquema.

Repercussão e defesa dos envolvidos

Diante da gravidade das acusações, a Seap afirmou que cumprirá todas as determinações judiciais e reforçou seu compromisso com a transparência. A Fundação Saúde, ao ser informada da investigação, determinou o afastamento imediato dos profissionais citados.

Thiago Franco Lopes negou envolvimento e declarou desconhecer qualquer esquema de venda de laudos. Ele afirmou que a denúncia se trata de uma disputa política interna. Os advogados Mônica Carvalho e Tarcísio Ayres não se pronunciaram sobre as acusações.

A investigação continua para identificar todos os participantes do esquema e apurar a extensão dos crimes cometidos dentro do sistema penitenciário.

Fonte: band.uol.com.br/g1.globo.com

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