Foto: Guito Moreto
O prefeito Eduardo Paes anunciou nesta sexta-feira (12), pelas redes sociais, sua intenção de ampliar a malha metroviária do Rio de Janeiro e assumir a operação dos ramais ferroviários da SuperVia. A proposta inclui a criação da Linha 6 do metrô, que ligará a Barra da Tijuca à Ilha do Governador, além da ampliação da Linha 4 até o Recreio dos Bandeirantes.
Para viabilizar as obras, Paes pretende negociar com o governo estadual a liberação do potencial construtivo da Barra e do Recreio. O mecanismo, chamado de Operações Urbanas Consorciadas, permite que investidores financiem obras públicas em troca de bônus para construções com regras mais flexíveis nessas regiões.

Gestão da SuperVia na mira do município
Além da proposta para o metrô, Paes deseja que a Prefeitura do Rio assuma a operação dos trens urbanos atualmente sob responsabilidade da SuperVia. A empresa enfrenta graves problemas operacionais, como atrasos constantes, furtos de cabos e má conservação da infraestrutura. A operadora, inclusive, já manifestou o interesse em devolver a concessão assim que houver nova gestão definida.
“Queremos repetir com a SuperVia a recuperação que fizemos no BRT”, afirmou Paes. Ele destacou que os cariocas enfrentam há anos um serviço de trens precário e prometeu mudanças semelhantes às aplicadas no sistema de ônibus expressos da cidade.
Em novembro de 2023, a SuperVia e o governo do estado assinaram um acordo que mantém a empresa até julho de 2024. Após esse prazo, o contrato de concessão será encerrado.
Nova linha de metrô depende de acordo político e estudo técnico
A Linha 6 do metrô terá 23 quilômetros, partindo da Alvorada, na Barra da Tijuca, até o bairro do Cocotá, na Ilha do Governador. Já a expansão da Linha 4 prolongará o trajeto até o Recreio, cobrindo áreas com crescimento populacional acelerado.
Entretanto, o projeto ainda precisa superar obstáculos técnicos e financeiros. O custo estimado por quilômetro de trilho varia entre R$ 1 bilhão e R$ 1,3 bilhão, segundo o engenheiro Marcus Quintella, diretor da FGV Transportes. Ele ressalta que desde 1980 o estado do Rio construiu apenas 57 quilômetros de metrô. O plano atual prevê 49,2 quilômetros com as novas linhas.
Apesar da proposta ambiciosa, o governo do estado afirma que suas prioridades continuam sendo a Linha 3 (São Gonçalo – Rio) e a ligação Estácio – Carioca. Para apoiar novas linhas, o estado exige estudos sólidos de viabilidade técnica e financeira.
Bilhetagem unificada e integração com cartão Jaé também entram na pauta
Além da infraestrutura, Paes quer mudar o sistema de bilhetagem da cidade. Ele defende a integração do cartão Jaé, que substituirá o Riocard nos ônibus municipais a partir de julho, ao Bilhete Único Intermunicipal. Essa mudança visa facilitar a mobilidade dos usuários que utilizam diferentes meios de transporte diariamente.
Fonte: oglobo.globo.com