este domingo (13), uma embarcação naufragou durante a saída da barra da lagoa de Saquarema, no canal da Barra Franca. O mar estava agitado e a embarcação foi atingida por uma onda. O impacto virou o barco, que afundou imediatamente. O caso reacende o alerta para os riscos enfrentados diariamente pelos pescadores da região, que denunciam falhas antigas nas obras do canal.
Reprodução: Redes Socias
Dois pescadores estavam a bordo. Rômulo, que pilotava o barco, sofreu uma lesão leve na costela. Seu companheiro foi arremessado contra as pedras, mas não se feriu gravemente. Imagens mostram bombeiros entrando no mar revolto para resgatar os pescadores à deriva. A cena evidencia a urgência de soluções efetivas para o problema que se arrasta há décadas.
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Canal mal estruturado obriga saída lateral e aumenta risco de acidentes
De acordo com relatos de pescadores locais, os barcos não conseguem sair em linha reta pelo canal da Barra Franca. A estrutura ineficiente obriga a manobra lateral, deixando as embarcações vulneráveis às ondas que se formam na região.
“Isso acontece porque as obras do canal foram mal executadas. A situação já foi comunicada inúmeras vezes às autoridades, mas nenhuma providência efetiva foi tomada até agora”, afirmou um morador que testemunhou o naufrágio.
Nesta segunda-feira (14), os pescadores ainda tentavam resgatar a embarcação que permanece no fundo do canal. O esforço, no entanto, esbarra novamente na força das águas e na precariedade da infraestrutura.
Histórico de obras mal planejadas e promessas não cumpridas
As obras da Barra Franca começaram nos anos 90 com a promessa de garantir a navegabilidade entre a lagoa e o mar. Desde então, foram feitas diversas intervenções, mas nenhuma solucionou de forma definitiva os problemas estruturais do canal.
A construção do molhe de pedras, por exemplo, deveria facilitar a passagem dos barcos, mas resultou na dispersão das rochas e no assoreamento constante da lagoa. Em 2024, novas obras foram anunciadas às vésperas da eleição municipal, mas a população permanece cética.
Relatórios técnicos indicam que parte das obras emergenciais sequer foi concluída devido à ausência de telas de contenção para as pedras. Mesmo com equipamentos avançados e milhões investidos, os resultados continuam insatisfatórios.
Uma novela que desafia governos e sacrifica pescadores
Apesar dos anúncios oficiais e dos contratos firmados entre o Governo do Estado e empresas de engenharia, a insegurança persiste. As rochas soltas continuam se movendo com as ondas, colocando vidas em risco e comprometendo a economia local, que depende da pesca e do turismo.
A população se pergunta: até quando a cidade de Saquarema vai conviver com uma obra inacabada, que ao invés de proteger, ameaça? A resposta parece distante, mas os prejuízos são imediatos e visíveis.
Fonte:
osaqua.com.br