Antônio Ilário Ferreira, o Rabicó ou Coroa, estava solto por decisão liminar do ministro Marco Aurélio Foto: Reprodução
Antônio Ilário Ferreira, conhecido como Rabicó, voltou ao centro das atenções nesta quinta-feira (11), quando mais de mil agentes de segurança realizaram uma nova fase da Operação Contenção no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo. As forças estaduais tentam frear a expansão territorial do Comando Vermelho (CV), facção que o traficante comanda na região há décadas.
Principal liderança criminosa do Salgueiro
Rabicó, de 61 anos, é considerado uma das figuras mais influentes do Comando Vermelho. Ele comanda o tráfico no Salgueiro e mantém forte estrutura armada. As equipes tentam cumprir 44 mandados de prisão e 25 mandados de busca e apreensão ligados à atuação do grupo.
Histórico criminal extenso e atuação interestadual
O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro registra contra Rabicó processos por:
- homicídio,
- tentativa de homicídio,
- tráfico de drogas,
- associação e organização criminosa,
- porte e posse ilegal de arma de fogo.
A polícia localizou e prendeu o traficante em 2008, em Mamanguape (PB), onde vivia com a família enquanto se passava por empresário. Após ser capturado, ele foi condenado a mais de 27 anos de prisão, segundo o Portal dos Procurados.
Passagem por presídios no RJ e no MS
Rabicó cumpriu pena no Complexo de Gericinó, em Bangu, e em uma unidade de segurança máxima em Campo Grande (MS). Mesmo encarcerado, segundo investigações, ele continuou transmitindo ordens para comparsas do Comando Vermelho.
Em 2014, a polícia encontrou R$ 3 milhões enterrados em tonéis na mata da Mangueira e do Salgueiro, além de 50 kg de cocaína e armas. Os investigadores apontaram Rabicó como dono do dinheiro e responsável pela operação criminosa.

Polícia achou R$ 3,5 milhões em tonéis na Mangueira — Foto: Reprodução / Globo
Fuga após decisão do STF
Em 2019, o traficante recebeu do Supremo Tribunal Federal o direito de aguardar em liberdade o julgamento de um recurso. Após a saída temporária autorizada, ele não retornou à prisão e permanece foragido até hoje.
As forças de segurança afirmam que, mesmo fugitivo, Rabicó continua exercendo influência direta na estrutura do CV no Salgueiro.