Foto: FELIX AVERBUG/ATO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
O estado do Rio de Janeiro está vivendo uma mudança demográfica significativa. O crescimento populacional desacelera rapidamente, enquanto os números de nascimentos caem e os registros de mortes aumentam. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na pesquisa de Estatísticas do Registro Civil.
Nascimentos recuam acima da média nacional
O IBGE mostra que o Rio registrou 163.339 nascidos vivos em 2024, uma queda de 7% em relação a 2023. O estado superou a redução nacional, que ficou em 5,8%. Em todo o Brasil, nasceram pouco mais de 2,3 milhões de bebês no período.
Essa redução reforça um cenário de transformação demográfica que, segundo especialistas, pode impactar políticas públicas de longo prazo, especialmente nas áreas de saúde, educação e previdência.
Óbitos aumentam e reforçam tendência de estagnação
Enquanto os nascimentos diminuem, os óbitos crescem. O Rio registrou 148,2 mil mortes em 2024, um aumento de 1,9% em relação ao ano anterior. Do total, 4,6% ocorreram por causas não naturais, como homicídios, suicídios, acidentes de trânsito, afogamentos e quedas.
Esse desequilíbrio entre nascimentos e mortes coloca o estado em trajetória de crescimento quase nulo — e possivelmente negativo — nos próximos anos.
Casamentos em queda e divórcios em alta
A pesquisa também revela mudanças importantes na dinâmica familiar.
O número de casamentos civis caiu 1% no estado: foram 70.940 registros em 2024, contra 71.650 em 2023. No mesmo período, o Brasil registrou crescimento de 1% nos casamentos.
No sentido contrário, os divórcios subiram 4,9% no Rio, passando de 38.055 para 39.942. Nacionalmente, a tendência foi diferente: houve queda de 2,8%.
Além disso, o levantamento aponta uma mudança inédita na forma de organizar a guarda dos filhos após o divórcio. Pela primeira vez, a guarda compartilhada superou a guarda exclusiva materna nos divórcios judiciais com filhos: 26,45% contra 26,04%. Em 2023, a guarda com a mãe era predominante: 30,47%.
Mudanças apontam transformações sociais profundas
Especialistas afirmam que a queda nos nascimentos, somada ao aumento dos divórcios e à mudança na guarda dos filhos, reflete mudanças sociais aceleradas. Tais transformações impactam desde a dinâmica familiar até a formulação de políticas de bem-estar social.