PM Fernando Ribeiro Baraúna e o feirante Pedro Henrique Morato Dantas, de 20 anos. • Reprodução
O sargento da Polícia Militar do Rio de Janeiro, Fernando Ribeiro Baraúna, matou o feirante Pedro Henrique Morato Dantas, de 20 anos, na manhã deste domingo (6), na Praça Panamericana, no bairro da Penha, Zona Norte da cidade. O militar estava de folga e confessou ter efetuado os disparos, alegando legítima defesa. Ele afirmou que a vítima o ameaçou com uma faca.
Testemunhas, no entanto, relatam que Pedro Henrique apenas montava sua barraca para trabalhar quando foi surpreendido pelos tiros. Ele vendia pastéis nas feiras da região e morava na Estrada da Água Branca, Zona Oeste do Rio.
Confusão após saída de casa noturna
Segundo informações da Polícia Civil e relatos de testemunhas, Fernando e sua esposa, Natália Regina Teles Novo Pires, haviam sido expulsos de uma boate próxima após uma confusão no local. Ao deixarem a casa noturna, Natália teria apontado Pedro como um dos supostos agressores ou mesmo como autor de um assalto.
O sargento, sem verificar a identidade do jovem, atirou à queima-roupa contra Pedro Henrique, que morreu ainda no local, antes da chegada dos bombeiros. Vídeos gravados por populares mostram a vítima caída no chão e o sargento dentro de uma viatura da PM, sem algemas. A esposa do policial aparece zombando da gravação.
Prisão em flagrante e investigações
O policial foi preso em flagrante e encaminhado à 22ª DP (Penha), sendo posteriormente transferido para a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC). A Polícia Militar confirmou que instaurou um procedimento interno para apurar o caso, conduzido pela Corregedoria da corporação.
Em nota oficial, a PM afirmou que “não compactua com cometimento de excessos e crimes realizados por seus entes, punindo com rigor os envolvidos quando constatados os fatos”.
Repetição de tragédias na Penha
O caso de Pedro Henrique não é isolado. Em fevereiro, o estudante e jornalista Igor Melo também foi baleado por engano na Penha por um policial militar reformado. Ele saía da casa de festas Batuq, onde trabalhava, quando a esposa do policial o acusou, erroneamente, de ser um assaltante. Igor sobreviveu, embora tenha perdido um rim. Pedro, infelizmente, não teve a mesma sorte.
A semelhança entre os dois casos é assustadora. Em ambas as situações, as esposas dos policiais identificaram equivocadamente as vítimas como criminosos, desencadeando ações letais por parte dos agentes.
Clamor por justiça
Durante a comoção no local do crime, uma colega de Pedro gravou um vídeo emocionado, denunciando o assassinato:
“A gente estava trabalhando na barraca de pastel. Meu amigo trabalhador… Olha, matou meu amigo trabalhador.”
A morte de Pedro Henrique gerou revolta entre os moradores da região e reacendeu o debate sobre a letalidade policial, especialmente em situações onde a identificação da vítima é feita de forma precipitada.
Fontes:
noticias.uol.com.br
cnnbrasil.com.br
oglobo.globo.com