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Embarcação torpedeada por um submarino alemão foi localizada pela Marinha a 65 km de Macaé. Descoberta reforça a memória da participação do Brasil no conflito.

Navio-Auxiliar Vital de Oliveira • DPHDM/ Marinha do Brsil
Após 80 anos submerso, o navio Vital de Oliveira, torpedeado por um submarino alemão durante a Segunda Guerra Mundial, foi encontrado pela Marinha do Brasil. A embarcação, afundada em julho de 1944, estava a 65 quilômetros da costa de Macaé (RJ). O ataque deixou 99 mortos entre os 270 tripulantes, tornando-se um marco na história da participação brasileira no conflito.

Descoberta histórica no fundo do mar

A localização do naufrágio ocorreu no dia 16 de janeiro de 2025, durante uma missão de pesquisa do navio Vital de Oliveira, que curiosamente tem o mesmo nome da embarcação abatida. A expedição, chamada de “Testes de Mar e Comissionamento”, utilizou sonares de alta tecnologia e ecobatímetros, permitindo a criação de modelos tridimensionais detalhados do casco submerso.

A descoberta contou com a colaboração dos mergulhadores José Luiz e Everaldo Meriguete, que atenderam ao chamado de um pescador. O homem identificou a presença de um canhão no fundo do mar e alertou as autoridades. A Marinha então enviou especialistas ao local para confirmar a identidade da embarcação.

O impacto da descoberta para a história do Brasil

Segundo o professor Eduardo Heleno, do Instituto de Estudos Estratégicos da Universidade Federal Fluminense (UFF), essa descoberta reforça a importância da participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial. Ele lembra que o país enviou mais de 25 mil soldados à Europa e teve suas embarcações atacadas no Atlântico e no Mediterrâneo.

Entre 1942 e 1944, os alemães afundaram 33 navios brasileiros no contexto da Batalha do Atlântico. O primeiro ataque ocorreu em 1941, quando o navio Taubaté foi atingido por disparos de aeronaves alemãs próximo ao Egito. O último naufrágio aconteceu em julho de 1944, com o Vital de Oliveira.

Tecnologia avançada e preservação histórica

A Marinha empregou equipamentos sofisticados para mapear a embarcação e obter imagens de alta resolução. O ecobatímetro, utilizado na missão, permitiu a criação de um modelo 3D detalhado do naufrágio, enquanto o sonar registrou imagens precisas do casco. No total, os especialistas realizaram 32 linhas de sondagem e 9 de varredura lateral, cobrindo uma extensa área ao redor do local.

O Capitão-Tenente Demilio, membro da expedição, ressaltou a importância da arqueologia naval na preservação da memória marítima do Brasil. Segundo ele, naufrágios como o Vital de Oliveira ajudam a entender rotas comerciais, estratégias navais e avanços tecnológicos, além de registrar episódios como conflitos militares e desastres marítimos.

Próximos passos da pesquisa

A localização do Vital de Oliveira será integrada ao projeto “Atlas dos Naufrágios de Interesse Histórico da Costa do Brasil”, uma iniciativa da Marinha para catalogar embarcações naufragadas no litoral. Os pesquisadores planejam realizar mergulhos técnicos e expedições com veículos subaquáticos operados remotamente, para coletar imagens e dados adicionais.

Além disso, o material levantado ajudará a reconstruir digitalmente o navio e permitirá análises mais detalhadas sobre as condições do naufrágio e seu impacto ambiental. A descoberta também reforça a necessidade de preservar os vestígios da história marítima brasileira para futuras gerações.

Fontes:
www.cnnbrasil.com.br
oglobo.globo.com

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