Foto: Reprodução/ TV Globo
Facções criminosas impuseram seu domínio sobre o fornecimento de internet em diversos bairros do Rio de Janeiro e da Baixada Fluminense. Segundo investigações, moradores de regiões como Estácio, Olaria, Penha, Brás de Pina, Cordovil, Piedade, Madureira e Vilar dos Teles sofrem com a falta de conexão, já que as operadoras enfrentam ameaças e deixam de atuar por falta de segurança.
Restrição e Controle Criminoso
Relatos apontam que traficantes cortam cabos de operadoras para forçar a contratação de serviços clandestinos. As facções impõem um verdadeiro monopólio digital, limitando o acesso dos moradores a provedores legais. Em Madureira, uma das principais operadoras suspendeu os serviços de manutenção e instalação desde agosto de 2024.
“Minha casa não fica em comunidade, e sim em uma avenida cercada por comércios. Mesmo assim, não conseguimos assistência. Nos sentimos abandonados”, relatou um morador.
No Estácio e em Olaria, a situação é semelhante. Criminosos derrubam cabos e interrompem o fornecimento de internet para vender sua própria conexão, muitas vezes com qualidade inferior e preços abusivos. A falta de alternativas agrava ainda mais a dependência da população por esses serviços ilegais.
Empresas Recuam e Moradores Ficam Isolados
Operadoras afirmam que as ameaças tornam inviável a presença de técnicos nas áreas controladas pelo crime. Pequenos provedores encerraram suas atividades, impactando diretamente o comércio e profissionais que dependem da internet. Em Brás de Pina, moradores relataram dificuldade para contratar serviços, pois as operadoras se recusam a atuar na região.
“Nenhuma empresa quer atender nosso bairro. Estamos sem opção”, lamentou um morador.
Ações Policiais e Avanço das Facções
Na última semana, a polícia prendeu sete integrantes de uma quadrilha ligada ao Terceiro Comando Puro, suspeita de controlar o fornecimento de internet em algumas áreas. Mesmo assim, a influência das facções permanece forte, estendendo-se até Vilar dos Teles, na Baixada Fluminense, onde moradores afirmam estar sem internet há mais de seis meses.
“A violência está sufocando nosso bairro. Estamos sem conexão desde setembro de 2024”, relatou um morador local.
Medidas e Respostas Oficiais
A Secretaria de Segurança Pública do Rio anunciou a conclusão de um levantamento sobre as empresas de internet afetadas pelo crime organizado. Ainda este mês, uma reunião com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) buscará soluções para mitigar o problema.
A Anatel afirmou manter diálogo contínuo com operadoras e autoridades para encontrar medidas eficazes. Enquanto isso, o Ministério da Justiça e a Polícia Federal ainda não se pronunciaram oficialmente sobre as ações que poderão adotar diante da crescente ameaça ao setor de telecomunicações.
Fonte: g1.globo.com