Foto: Tiago Sousa/Governo do RJ
A Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) iniciou, neste domingo (23), a transferência de 10 presos considerados de alta periculosidade para presídios federais de segurança máxima. A medida atende a um pedido do governador Cláudio Castro e foi autorizada pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski.
Primeira transferência leva Nando Bacalhau para Catanduvas
O primeiro detento transferido foi Luiz Fernando Nascimento Ferreira, conhecido como Nando Bacalhau, um dos chefes do Comando Vermelho (CV). Ele deixou a Penitenciária Laércio da Costa Peregrino, em Bangu 1, e seguiu para a Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná.
Condenado a 73 anos de prisão, Nando Bacalhau acumula 45 anotações criminais, incluindo tráfico de drogas, homicídio qualificado, roubo majorado e porte ilegal de armas. A quadrilha que ele liderava no Complexo do Chapadão, na Zona Norte do Rio, é suspeita de roubos de carga e disputas territoriais violentas.
Sigilo garantiu sucesso da operação
A Seap manteve as transferências em sigilo para evitar que advogados dos criminosos obtivessem liminares que impedissem a remoção. A ação envolveu 21 policiais penais e sete viaturas, garantindo a segurança do deslocamento.
A Justiça do Rio autorizou que os detentos transferidos permaneçam em unidades federais por, pelo menos, três anos. A lista inclui integrantes de facções criminosas como o Comando Vermelho (CV) e o Terceiro Comando Puro (TCP), além de líderes de milícias.
Mais de 30 criminosos já foram enviados para presídios federais
Nos últimos dois anos, 35 presos de alta periculosidade foram transferidos do Rio para penitenciárias de segurança máxima. Entre os mais recentes estão o miliciano Zinho, o contraventor Rogério de Andrade e o traficante Binho, líder do tráfico no Morro do Engenho da Rainha.
No mesmo período, oito detentos que estavam em presídios federais voltaram ao Rio por decisões judiciais. Entre eles, Luiz Cláudio Machado, o Marreta, que retornou ao sistema prisional fluminense em outubro de 2023.
A Seap reforça que essas transferências são fundamentais para desarticular o crime organizado dentro das cadeias e reduzir a influência dos líderes criminosos sobre suas facções.
Fonte: g1.globo.com/radio93.com.br